domingo, 7 de fevereiro de 2010

Zeca Afonso, tristemente actual!

Qual deste dois será problema maior neste País?
O rendimento mínimo garantido, a quem pela idade, por um qualquer infortúnio da vida, ou por manifesta incapacidade, não consegue encontrar emprego, ou as reformas acumuladas, algumas escandalosamente chorudas, que auferem alguns, muitos, privilegiados…
Zeca Afonso estará imortalizado, enquanto a injustiça predominar, a impunidade prevalecer.
Vele a pena ouvir, e pensar que passados estes anos a nossa democracia devia pagar um tributo, por “serviços prestados” ao Zeca… Mas não! Continuamos, formiguinhas no carreiro… a ver passar as modas, e á espera… espera que se eterniza de um novo amanhecer!
Ouçamos Zeca Afonso.
Imaginemos que quem canta é um qualquer Juiz num qualquer tribunal, a quem é ordenada a destruição de materiais…
Imaginemos que quem canta é um qualquer professor, que numa qualquer escola luta pela dignidade e eficácia do ensino, por uma escola democrática…
Imaginemos que quem canta é um qualquer jornalista, que pela sua pena denuncia algo que não devia…
Imaginemos que quem canta é um qualquer doente, em lista de espera para uma cirurgia…
Imaginemos que quem canta, és tu, o teu vizinho, alguém que conheces, ou os nossos filhos…
Que cante o futuro, que o poema seja outro.
Se queremos um novo amanhecer, não basta esperá-lo.
É necessário conquistá-lo!
É necessário construí-lo!
Que cante o Zeca. E que venha o dia em que o ouçamos com saudade, e não pela sua teimosa actualidade!

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