sábado, 26 de novembro de 2011

Ainda bem que há Natal


Já temos de novo o Natal aí à porta.
Os corações abrem-se à generosidade, os desfavorecidos e excluídos da sociedade recebem as habituais visitas dos altruístas que deles se lembram por esta altura. Trocam-se os sorrisos, algum afecto, algum conforto, dá-se uma ou outra prenda. E pronto! Em menos de nada o Natal já passou, as rotinas retomam-se, os desfavorecidos voltam a ser desfavorecidos e os excluídos excluídos. Terminou o tempo do seu estado de graça. Para o ano há mais!
Pelo menos o suplício de alguns seres humanos é aliviado por estes dias.
Ainda bem que há Natal.
Ainda bem, também, que há gente que se lembra dos outros. O ano inteiro! Gente dedicada que dá de si e do seu, no sentido de aliviar sofrimento de outros. 
Exemplos de solidariedade perene, à medida daqueles a quem o infortúnio bateu à porta. 
Ainda bem que há gente boa. Todo o ano. 
Boa gente, apenas no Natal... há até demais!!! 

sábado, 19 de novembro de 2011

Belo Outono


O Outono carrega consigo os dias curtos, chuvosos e cinzentos, com o Sol a mostrar-se envergonhado mais frequentemente. Quando aparece, carrega de energia e de brilho, cada gota de orvalho, carrega de vida, as lágrimas próprias do Outono.
Não tem que ser triste, o Outono e as suas lágrimas. É uma renovação que tem a sua beleza própria, a sua cor, os seus cheiros, os seus sabores.
Vêm-se no desabrochar de novas flores, na explosão do amarelo e vermelho fogo das folhas caídas.
Cheiram-se na fumaça das lareiras, no odor do mosto, do engaço, da terra molhada.
Saboreiam-se na textura única de uma castanha ou de uma noz, no paladar da água pé e do abafado.
É belo o Outono, vivido no aconchego do amor regado com as suas lágrimas próprias, do amor trazido por uma folha de outono que o vento soprou…