sábado, 31 de dezembro de 2011

Último fôlego de 2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O ninho


Aparenta fragilidade.
Serviu de abrigo, quando proliferavam as folhas.
Folhas que o vento levou. E resistiu.
Resistiu ainda a chuvas. Ventos e chuvas.
Aparenta fragilidade.
Fragilidade do pequeno ser que o construiu,
Carregando a solidez com que o amor alimenta o ninho.
Com a mestria que a intuição determina.
Para resistir.
Palha por palha, novelo por novelo,
o ninho lá permanece, aguardando…
que regressem os seus ocupantes,
os velhos, os construtores,
ou os novos.
Qualquer deles, com o amor,
Que qualquer ninho precisa  ter…
Para resistir!

Jaime

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A saudade abraça assim...


Falta-me um abraço.
Daquele menino frágil, que ao ouvir a voz do pai, corre descalço por aquele longo corredor e salta para um abraço igualmente longo. Sem uma palavra, apenas com um tímido sorriso. Só um abraço. Sim. É esse que me falta. Carregado de afecto, carregado de amor. Um abraço inocente. Onde pára esse abraço, que o tempo já não o traz? Onde pára o menino que assim abraçava? Para onde te levaram?
Falta-me um abraço.
Melhor: falta-me  o tempo. Tempo que afinal  não foi. A fragilidade roubada, o sorriso apagado, o afecto enterrado na ganância e despudor. O Sol foi-te roubado e já não brilha inocência no castanho escuro dos teus olhos.
Afinal… não me falta nada. Só aquilo que o presente proporciona é que nos pode fazer falta. E aquele abraço tinha braços pequeninos… braços que hoje não abraçam assim! Braços que já não sabem abraçar assim!
Afinal o que eu tenho é apenas saudade. Porque a saudade, essa, abraça assim!

Jaime

domingo, 11 de dezembro de 2011

O Natal, e a máscara que cai.


Este ano com menos subsídio, para o ano sem subsídio! Para uns, a desgraça, a hecatombe. Que Natal, perguntam alguns, posso eu dar ao meu filho?!?  Tendo apenas como mira da desgraça a diminuição da capacidade económica, a redução orçamental que as contingências impuseram.
E que Natal espera esse filho que lhe deem? Será que a presença, o calor e afecto de um abraço, não será tudo o que precisa? Amor que dinheiro não compra…
E será só no Natal? E ao longo do anos, dos últimos anos, todas aquelas horas de privação da família, porque era importante terminar este trabalho, ou aquela apresentação ou ainda a acta da ultima reunião da empresa ou do serviço… que trouxeram como compensação? Duas ausências: ausência da família… ausência do subsídio… e ainda redução do salário… Onde está afinal quem ganhou com tanta dedicação? Escondido, provavelmente por detrás de uma qualquer máscara, sorridente, por certo!
Mas a máscara caiu. Não há peito para tanta medalha, e fica a interrogação: o que vale a pena afinal?
E mais máscaras vão cair. E os perdedores serão os mesmos: todos os que teimarem em não aprender que o que vale a pena, o dinheiro não compra!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A verdade liberta!



Nas Igrejas evangélicas, o Baptismo é apenas ministrado mediante vontade expressa daquele que se propõe ser baptizado, sendo portanto um testemunho público e de plena consciência da sua aceitação de Cristo como seu salvador. Contrariamente ao que acontece na Igreja católica, onde o Baptismo é ministrado em crianças pequenas, sem capacidade de discernimento, não por sua vontade, mas por vontade de outrem, normalmente de seus pais. Se é certo que mais tarde a crisma confirma este passo, certo é também que um elevado numero de baptizados, abandona os preceitos católicos, ou mesmo até Cristãos, tornando-se ateus, e não deixando por isso de estar baptizados… Mas na Igreja católica um jovem ou adulto também pode ser baptizado. Ou seja aquilo que é regra nas Igrejas evangélicas, é excepção na Igreja católica.
Sem qualquer tipo de reivindicação de razão, parece-me mais equilibrado o baptismo decidido pelo próprio, em plena consciência do significado que este acto envolve: “Imergir na morte de Cristo e ressurgir com Ele como nova criatura".
Não vou alongar-me muito com conceitos de ressurreição, e de nova vida tão comum a várias correntes filosófica e iniciáticas, até porque teríamos aqui pano para mangas.
O meu objectivo hoje dia 8 de Dezembro de 2011 é de deixar à reflexão de quem ler este escrito, ou de quem não o leia mas oiça comentar… O que significará mesmo tornar-se numa nova criatura?…
Será a emersão na água, ou a água derramada na cabeça que farão uma nova criatura? Ou será necessário algo mais, como por exemplo a coragem de iniciar uma verdadeira nova vida, na busca da verdade, na busca do amor, na renuncia do interesse e do mesquinho?...
Transcrevo apenas um excerto do capítulo 3 livro de Tiago, da Biblia. Mas deixo o convite à leitura completa deste capítulo:
"Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom procedimento as suas obras em mansidão de sabedoria.
Mas, se tendes amargo ciúme e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.
 Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.
Porque onde há ciúme e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má.
Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.
Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz para aqueles que promovem a paz." 


Pois que a paz permaneça nos nossos corações!
No teu... e no meu!