quarta-feira, 25 de março de 2009

O passado ninguém muda


O exercício introspectivo é sempre um exercício proveitoso. Permite um maior conhecimento e aceitação do ser que nos acompanha por toda a vida: Nós mesmos! Se á introspecção associarmos uma retrospecção, este exercício torna-se ainda mais rico, na medida em que com uma perfeita consciência do nosso passado, nos é permitido reflectir sobre o que teríamos mudado, feito de forma diferente, e em que medida isso teria afectado o nosso presente e futuro. Mas isto é um exercício inconsequente, pois o passado ninguém muda! Os factos estão lá, como manchas de tinta num manuscrito, ou como luzes orientadoras de vida, faróis em falésias escarpadas!
Este exercício apenas tem sentido, se a nossa energia for canalizada para alterar o futuro. Aprender com os erros, corrigir os que tiverem correcção, e os outros… tirar as lições de vida que as circunstâncias permitirem.
Aceitar o nosso passado, no que depende de nós, é aceitarmo-nos como somos e saber encontrar a felicidade por entre percursos; errantes ou não. No que depende dos outros é fundamental a sua capacidade ou vontade de querer aceitar, tornando-se cúmplices no processo que a aprendizagem e correcção requerem.
Amor, construção e comunhão, serão sem dúvida palavras-chave nesta religião de passado, presente e futuro.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Dia do Pai

Pelo beijo que há muito não recebo.
Pelo beijo que há muito não dou.
Pelas lágrimas que caem bem fundo.
Amar assim é verbo sem passado!
Verbo de presente atribulado.
Verbo de futuro rasgado de esperança!
Do beijo que espero receber.
Do beijo que espero dar.
Porque afinal,
cá estou! Esperando…

Jaime 19 de Março 2009


http://www.youtube.com/watch?v=VxgRFQoargU

quinta-feira, 12 de março de 2009

Que cor querem os nossos olhos ver?


As manhãs têm a cor que os nossos olhos querem ver.
Seja o rosa suave e tranquilo da esperança que nasce renovada em cada manhã, ou o sombrio cinzento que carregam as nuvens em que a dependência material nos mergulha, ou ainda o negro profundo de uma trovoada anunciada, luto para o qual a nossa consciência nos remete.
Afinal o que querem os nossos olhos ver?
Que cor emprestamos nós à vida, essa dádiva divina, que de tão sublime, nos passa até despercebida…
Que cor emprestamos nós ao vazio? Ao que é, quando o que foi deixou de o ser…
Que cor emprestamos nós ao desprezo… á exclusão… á solidão…
Que cor emprestamos nós ao futuro? Ao sorriso de uma criança, ou ao olhar profundo e vivido de um idoso…
Depende da cor que os nossos olhos querem ver.
A vida, é a dispersão da luz através de um diamante, decomposta nas cores mais diversas…nas mais diversas direcções, e o negro, é apenas uma delas, aliás é a ausência de luz!
Porque teimam os nossos olhos em ver o negro?
E se o diamante se partir, multiplicam-se as dispersões de cor por cada fragmento desse diamante…
E porque teimam os nossos olhos em ver apenas o diamante partido? Perdendo todo o manancial de cor então gerado...
Afinal, que cor querem os nossos olhos ver?

quarta-feira, 4 de março de 2009

As ávores morrem de pé!

Caso nenhum dos meus amigos tenha reparado, o nome do blogue mudou! Tem uma razão de ser, que passo e explicar:Primeiro o nome de Zig –Zag, tem a ver com a denominação que demos a um grupo restrito de amigos, que frequentemente nos encontramos em alegres serões de franca amizade. E esta designação é apenas interiorizada de uma forma assim profunda, apenas pelos elementos desse grupo, sendo portanto um pouco exclusivista. Este facto, por si só, contraria os princípios deste blogue, que pretende ser muito mais abrangente.Por outro lado, qualquer pesquisa no Google pelo nome de Zig Zag, retorna milhares de possibilidades, e torna quase impossível encontrar o blogue por essa via. E não vou sequer falar do facto de Zig Zag ser o nome de um programa infantil na televisão Portuguesa…
O novo nome, “Cores da manhã” tem a ver com as agradáveis sensações que as minhas caminhadas matinais me vão incutindo! Sinto-me um verdadeiro privilegiado, ao usufruir do emaranhado de cores que a aurora proporciona, dos cheiros e chilrear dos passarinhos. È um momento em que sinto o toque do Divino, em que os meus pensamentos se cruzam entre o passado, o presente e o futuro, entre as mágoas e os sonhos. Sonhos nem todos realizáveis, mas, que não deixam de o ser…pois enquanto a nossa existência o permitir, continuarão sempre a ser isso mesmo: sonhos!
Infelizmente, abundam pela Serra da Maunça muitas árvores consumidas pelo fogo que há alguns anos atrás devastou esta serra tão bonita. Embora sem vida ali continuam presentes, enegrecidas e despidas, oferecendo um enquadramento de belo dantesco. Morreram em pé, sem hipótese de fugir do fogo que as devorou, quem sabe, lutando interiormente pela sobrevivência, defendendo a sua dignidade até à ultima gota de seiva.
Dei comigo a pensar como é efémera a nossa existência enquanto seres humanos. Quantos fogos nos consomem ao longo da nossa vida…Uns bem reais, outros supérfluos, e desprezíveis… Acho que ainda temos muito a aprender com as árvores que morrem de pé, nomeadamente distinguir um brasido de um fogo consumidor.
Hoje, 4 de Março, algures por aí, de certeza que nasce uma árvore. Tal qual como no passado outras nasceram, deixando a sua marca na nossa vida.
Para ti, que foste árvore e morreste de pé, obrigado pela lição de vida que deixaste:
“Celebrem a vida”!
Pois então!
Até sempre.