Caso nenhum dos meus amigos tenha reparado, o nome do blogue mudou! Tem uma razão de ser, que passo e explicar:Primeiro o nome de Zig –Zag, tem a ver com a denominação que demos a um grupo restrito de amigos, que frequentemente nos encontramos em alegres serões de franca amizade. E esta designação é apenas interiorizada de uma forma assim profunda, apenas pelos elementos desse grupo, sendo portanto um pouco exclusivista. Este facto, por si só, contraria os princípios deste blogue, que pretende ser muito mais abrangente.Por outro lado, qualquer pesquisa no Google pelo nome de Zig Zag, retorna milhares de possibilidades, e torna quase impossível encontrar o blogue por essa via. E não vou sequer falar do facto de Zig Zag ser o nome de um programa infantil na televisão Portuguesa…
O novo nome, “Cores da manhã” tem a ver com as agradáveis sensações que as minhas caminhadas matinais me vão incutindo! Sinto-me um verdadeiro privilegiado, ao usufruir do emaranhado de cores que a aurora proporciona, dos cheiros e chilrear dos passarinhos. È um momento em que sinto o toque do Divino, em que os meus pensamentos se cruzam entre o passado, o presente e o futuro, entre as mágoas e os sonhos. Sonhos nem todos realizáveis, mas, que não deixam de o ser…pois enquanto a nossa existência o permitir, continuarão sempre a ser isso mesmo: sonhos!
Infelizmente, abundam pela Serra da Maunça muitas árvores consumidas pelo fogo que há alguns anos atrás devastou esta serra tão bonita. Embora sem vida ali continuam presentes, enegrecidas e despidas, oferecendo um enquadramento de belo dantesco. Morreram em pé, sem hipótese de fugir do fogo que as devorou, quem sabe, lutando interiormente pela sobrevivência, defendendo a sua dignidade até à ultima gota de seiva.
Dei comigo a pensar como é efémera a nossa existência enquanto seres humanos. Quantos fogos nos consomem ao longo da nossa vida…Uns bem reais, outros supérfluos, e desprezíveis… Acho que ainda temos muito a aprender com as árvores que morrem de pé, nomeadamente distinguir um brasido de um fogo consumidor.
Hoje, 4 de Março, algures por aí, de certeza que nasce uma árvore. Tal qual como no passado outras nasceram, deixando a sua marca na nossa vida.
Para ti, que foste árvore e morreste de pé, obrigado pela lição de vida que deixaste:
“Celebrem a vida”!
Pois então!
Até sempre.
quarta-feira, 4 de março de 2009
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Ainda sinto o sopro do ser maravilhoso que és algures noutra forma, connosco.
ResponderEliminarObrigada Jaime por estarmos juntos na lembrança de alguem tão especial!
Catarina
Até sempre, Padrinho. A tua história há-de ser contada.
ResponderEliminarlindo...lindo de mais para ser comentado com igual poesia. linda a amizade de todos vocês. Muito obrigada por nunca esquecerem e por nos aconchegarem o coração com palavras tão lindas e tão verdadeiras. Concordo com todas as palvras aqui ditas, mas acrescento: que ELE viverá através da sua memória, vivenciada ou contada, porque nós não partimos quando partimos, mas quando a última pessoa que nos recorda parte... Se depender de mim, a Tua memória viverá muito para além de todos nós. Até sempre Ruizinho.
ResponderEliminarPaula F.
Olá Jaime!
ResponderEliminarBelíssima prosa, essa que esculpiste sob a metáfora das árvores que morrem de pé... E os homens que o são de verdade, morrem seguramente de pé também.
Felicito-te também pela designação de "Cores da Manhã", onde as ditas são bem mais coloridas e impregnadas de sensações múltiplas para o corpo e para o espírito.
Que bom seria podermos desfrutar sempre das múltiplas cores que cada manhão renova todos os dias; Alguns, por diversas razões, não têm manhãs para vivenciar e os dias, de tão pesados de trabalho e demais afazeres, de luz pouco mais têm do que o cinzento do crepúsculo, que pronuncia a noite, na qual os fantasmas habitam e, por vezes tomam conta dos mortais...
Apesar de tudo,é bom lembrar que as manhãs têm cores, cheiros e sons sempre deliciosamente novos; como é bom saber que as árvores morrem de pé, que é uma outra forma de manter viva a vida, como uma chama que não se apaga na memória.
Triplo abraço do
AcaBar
Gostei muito do teu texto.... dos sons, das cheiros, das cores .... a manhã em todo o seu esplendor.
ResponderEliminar.... "as àrvores morrem de pé e alguns homens também..."
Para todos nós que tivemos o privilégio de o ter como amigo, resta-nos honrar a sua memória "celebrando a vida" .
Brindemos ao Rui que continua a dar cor às nossas vidas.
Muito bem...reli o teu texto e ...sabes que mais? É um prazer ter-te na minha família.
ResponderEliminarO que senti? Vontade de te acompanhar nessas caminhadas...e deixar-me possuir pelos sentimentos que se abordarem de mim...
Obrigada cunhado por nos pores a pensar...e sim, quero morrer de pé.
Paula Testa
Permite-me dizer só mais uma coisinha...
ResponderEliminarNão conheci o Rui mas sinto-o presente em cada um de vós...
bjs para todos!
Paula Testa