terça-feira, 20 de outubro de 2009

A política e os porcos


Certamente, que alguns dos meus leitores, consideraram a hipótese que o tema sobre o qual me comprometi reflectir seria mais um descascar a torto e a direito nos nossos políticos:
Desenganem-se! Não vai ser nada disso. Não é que matéria-prima não vá faltando, mas a isso também já estamos acostumados.
Desta vez, prefiro abordar o tema de uma forma tão pouco corrosiva quanto possível, pois um homem não é de ferro, e escrever sobre política sem ser, vá lá, um bocadinho corrosivo, até perde a piada. Ou melhor: é impossível! Mesmo na política local!
Bom, mas piada, piada foi o que aconteceu nas ultimas autárquicas em Leiria: O PS, alcança um resultado histórico! Ou, ainda podemos ver a questão de uma outra forma: O PSD também alcançou um resultado histórico. E já agora, o CDS também, que é para não começar já a haver chatices!!! Eles afinal, até vão ter que se entender…
Por um voto se perde, por um voto se ganha! Que o diga o pessoal da freguesia das Cortes.
Mas afinal, que é dos porcos?
Calma! Já lá vamos!
Duvido que o PS tivesse ganho se não houvesse guerrilhas internas na concelhia do PSD. E também duvido que o CDS tivesse mantido o seu vereador. Na verdade, esta minha leitura prende-se apenas com aspectos tradicionais em Leiria, e não quero atribuir nenhum demérito ao candidato independente do PS, Dr Raul Castro vencedor incontestado, e a quem aproveito para desejar o maior sucesso, tomando por certo que o seu sucesso será sucesso de todos nós enquanto Leirienses. Além disso, como li em qualquer lado… sai mais barato aos Leirienses! Já não temos de ir a Cuba! Já temos um Raul Castro só nosso!!! E com a vantagem de não termos tido antes um Fidel…
Então e os porcos?
Já me sinto pressionado a passar rapidamente á questão dos porcos… Pois bem: Por acaso já alguém se lembrou de contar o número de porcos no espeto que foram oferecidos á população votante por esse País fora? Parece-me missão impossível, mas que foram muitos foram, e que podem ter feito a diferença, lá isso podem! Vistas bem as coisas os programas eleitorais das freguesias, são praticamente iguais: Muda-se o sítio do posto médico, ou se alarga-se a estrada A ou pavimenta a rua B, mas no fundo, as diferenças são poucas e ideologia, aqui certamente estará muito afastada. Por isso, a diferença está nos porcos! “O do PS está salgado…” ouve-se algures, “pois, mas o do PSD tem picante com’ó caraças”, ouve-se também. Claro está que nesta hipotética freguesia, ganhou o porco do CDS, de sublime tempero e molho com bastante colorau! Mais porco menos porco, houve mesmo guitarradas e outras quantas gaitadas, pois mesmo na política local, também é disto que o povo gosta. E venham os porcos, e venham as descargas na ribeira dos Milagres, porque isso não interessa nada… Já é demasiado local. Pronto estraguei tudo! Fui tocar no tema das descargas das suiniculturas na ribeira dos milagres… e isto até estava a correr bem, com política e porcos juntos. Finalmente! Será que na freguesia dos Milagres também houve porco no espeto? Algum leitor de Milagres que esclareça?
Preocupa-me esta questão: Qualquer dia, numas próximas eleições, especialmente autárquicas, ainda vai haver uma sublevação dos porcos. Sim, afinal que mal fizeram os porcos para lhes fazerem uma chacina só porque há eleições e todos os candidatos querem ganhar?!
Em jeito de conclusão, diria que a haver mistura entre política e porcos, que seja assim, no espeto! Arrepia-me pensar que possa haver uma qualquer transformação em realidade do romance de George Orwell “ O Triunfo dos Porcos”. Venham de onde vierem.
Agradeço a sugestão para a imagem. Cai que nem uma luva!
Sigamos atentos…

1 comentário:

  1. Olha, a culpa dos porcos em época de eleições é a mesma dos perús em dias de Natal ou dos cabritos em tempos de Páscoa. Afinal a culpa é sempre e apenas nossa que não sabemos festejar sem comer, preferencialmente carne, muita, e com vinha d'alhos, mas sem alhos, que esses serviram antes para temperar. Entre porcos, temperos, vinho, e o jeito um tanto primitivo dos nossos festejos, a política afigura-se como a diferença civilizacional.
    Um beijo.

    gláucia

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