Falta-me um abraço.
Daquele menino frágil, que ao ouvir a voz do pai, corre descalço por aquele longo corredor e salta para um abraço igualmente longo. Sem uma palavra, apenas com um tímido sorriso. Só um abraço. Sim. É esse que me falta. Carregado de afecto, carregado de amor. Um abraço inocente. Onde pára esse abraço, que o tempo já não o traz? Onde pára o menino que assim abraçava? Para onde te levaram?
Falta-me um abraço.
Melhor: falta-me o tempo. Tempo que afinal não foi. A fragilidade roubada, o sorriso apagado, o afecto enterrado na ganância e despudor. O Sol foi-te roubado e já não brilha inocência no castanho escuro dos teus olhos.
Afinal… não me falta nada. Só aquilo que o presente proporciona é que nos pode fazer falta. E aquele abraço tinha braços pequeninos… braços que hoje não abraçam assim! Braços que já não sabem abraçar assim!
Afinal o que eu tenho é apenas saudade. Porque a saudade, essa, abraça assim!
Jaime
Jaime, acho este teu post muito bom por ser tão comovente. Não há nada como conhecer a história do poeta para poder sentir o impacto das palavras.
ResponderEliminarUm abraço
M
Obrigado Mano!
ResponderEliminarPela visita e pelo comentário.
Esta é a saudade que eu tenho de presente em cada Natal... e resolvi partilhá-la.
E numa altura em que eu me convencia que já ninguém lê o meu blog, aparece este comentário, de tão ilustre visitante!
Obrigado, mais uma vez. Deste-me alento para continuar a escrever! Abraço.