domingo, 23 de janeiro de 2011

Socrates e os vendedores de automóveis

Em entrevista no final do ano passado, ao jornal Negócios, Henrique Neto proferiu as seguintes afirmações: "Isto é uma máfia que ganhou experiência na maçonaria". Sócrates "é um vendedor de automóveis" que "está no topo da pirâmide dos que dão cabo disto".


Apesar de já ter decorrido algum tempo desde a publicação desta entrevista, ainda julgo oportuno um pequeno comentário:

Sobre os vendedores de automóveis, classe profissional que me merece o maior respeito, considero insultuosa esta comparação para aquela classe. Aliás, este comentário do Sr. Henrique Neto, não é único, pois há uma certa tendência generalizada de estabelecer paralelismos negativos com aquela profissão, tendência esta que considero injusta e injustificada. Se há profissionais de menor brio, certamente não será só na classe de vendedores de automóveis, então porquê causticar estes com comentários depreciativos?

Henrique Neto excedeu-se na sua crítica, nesta comparação a Sócrates, manchou a dignidade profissional de uma classe. E isso não se faz, Sr. Henrique Neto.

Quanto à outra questão da máfia e da maçonaria. Não vou comentar. É que de máfia, nada sei. De maçonaria, pouco sei. Sei que não são a mesma coisa! E é bom que ninguém fale sobre o que não sabe. Mesmo o Sr. Henrique Neto, cujos créditos de empresário não deixam dúvidas, e capacidade de análise política se tem revelado fatalmente eficaz.

Para causticar os políticos não há necessidade de fazer comparações. Basta chamá-los disso mesmo: Políticos. Já é mau que chegue. Por culpa exclusivamente deles, dos políticos, chegaram a esta triste realidade. (Políticos)

1 comentário:

  1. Ainda há uns dias alguém (não me lembro da pessoa em causa, mas sei que foi um ex-ministro) disse: "Ser político não é currículo, é cadastro".

    Penso que é o melhor exemplo de como essa "profissão" anda desacreditada. Sem dúvida que não é preciso comparação, basta chama-los por aquilo que realmente são.

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