sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O tempo e a liberdade


Este escrito tem por intenção de alguma forma responder um comentário “anónimo”, que apreciei, no meu texto “Tempo que voas”, e cujo autor, não consigo identificar.
Há uns bons doze anos, alguém falando de mim, definiu-me como: “Um homem livre e de bons costumes”.
Fiquei a pensar naquela definição. Havia ali qualquer coisa que não batia certo… Quanto aos bons costumes, perdoem-me a imodéstia, não me deixou, nem deixa agora, grandes dúvidas. Mas aquela história de ser livre… Seria eu realmente um Homem livre?
Levou algum tempo a digerir, mas concluí que de facto, não era um Homem livre! Nem eu nem nenhum outro que se achasse refém de dogmas, de preconceitos, de interesses pouco claros, de chantagens, de pressões emocionais, de mentiras! Defini nessa altura um objectivo: tratar de me libertar. Sonhei com a liberdade, a liberdade espiritual, aquela que se encontra na fonte que jorra amor, paz, harmonia, fraternidade... Foram necessários alguns anos, muita introspecção, muita reflexão, tomadas decisões difíceis, muita luta, avanços, recuos, para que de facto me sentisse, como agora sinto: Realmente livre!
Gozando a liberdade, procuro por um lado, ser tolerante, capaz de aceitar a diferença e de encontrar equilíbrios. Por outro, tornei-me intolerante á mentira, á calúnia, á falta de escrúpulos, e a imposições vazias de ética. Abomino a mentira. Desprezo mentirosos!
De facto, tudo na vida tem um preço a pagar. E a liberdade, tem o seu preço. Aprendi que este preço não se paga de uma vez: vai-se pagando, ao longo da vida, e por vezes nos parece demasiado elevado. Porque dói fundo… mas é relativo! Há afinal, quem pague a liberdade com a própria vida!
Também é relativo o tempo:
O tempo, não me falta… Foge-me! Porque certamente concordarão comigo que o tempo para sonhar, concretizar esses sonhos, não é o mesmo quando se tem 11, 19 ou 46 anos, assim como a noção de realidade, de liberdade, também não é a mesma em cada idade. O tempo foge-me, porque me tem sido negado tempo, para ensinar a quem cresce que o tempo passa… e poder fazê-lo, com amor, em paz, harmonia, e com tempo!
Não estou portanto a matar nenhum sonho, antes pelo contrário, alimento o sonho de indicar o caminho da liberdade! Da plenitude! Da realização! E para alimentar este sonho, nunca é tarde! Assim as forças não me faltem para derrubar as paredes que a teimosia insana persiste erguer no nosso caminho.
E disse!

Nota: A imagem que ilustra este texto foi tirada da net

6 comentários:

  1. Bom, a verdade é que o tempo é a única coisa que realmente temos.Tudo o mais é fantasia. O dilema que a vida nos coloca é que ninguém sabe qual o saldo da conta. Por isso, saber tirar dele o melhor proveito é um acto de inteligência porque se assim não fosse nada nos distinguiria dos gatos e, como se sabe os gatos (e as gatas) são bichos... Com a sensibilidade que vejo, por certo que além do saber viver inteligente, o autor sabe também guardar algum do seu tempo ao afecto. Gostei, até porque também gosto de bichos...

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  2. E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!!! (Jesus Cristo)

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  3. Em Cristo sereis verdadeiramente livres (Ap.Paulo)

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  4. Em Cristo sereis verdadeiramente livres (Ap.Paulo)

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  5. Ao Anónimo "28 de Novembro":
    De facto, nunca sabemos qual o saldo, mas o nosso dever é procurar um saldo positivo, e tirar o máximo proveito que a vida nos dá! Obrigado pela visita.
    Jaime

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  6. Ao Anónimo "30 de Novembro":
    Meu caro Anónimo:
    Obrigado pela visita a este espaço, e pelos comentários que deixou. Assumo que uma mesma pessoa deixou três diferentes comentários. Devo dizer-lhe que o meu conceito de liberdade paira acima de qualquer compromisso com qualquer religião, ou qualquer confissão da religião Cristã. Entendo actualmente, a verdade como libertadora, tal como Jesus afirmou aos Judeus que o seguiam, como também ele próprio afirmou a esses mesmos Judeus que por Ele seriam verdadeiramente livres. Afinal, Ele era na época um pregador de esperança…
    Os seus comentários deixam bem patente um espírito missionário “em passant” ou seja: deixa cá pôr um comentário, pode ser que salve esta alma… duvido até que volte a ler este Blogue, mas será sempre bem vindo para uma discussão aberta, despida de preconceitos e fanatismos religiosos; O mesmo Jesus disse aos seus seguidores: “Quem não é contra nós é por nós” deixando aqui bem claro a liberdade para que outros procurem outras vias para tocar o Divino. Respeito, e é minha intenção continuar a respeitar todas essas vias, assim como espero respeito pela via que escolhi e em que sinto conforto.
    Na minha humilde perspectiva, comentários assim, são “como o metal que soa ou como o sino que tine”. Sem conteúdo!
    Jaime

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