Este escrito tem por intenção de alguma forma responder um comentário “anónimo”, que apreciei, no meu texto “Tempo que voas”, e cujo autor, não consigo identificar.
Há uns bons doze anos, alguém falando de mim, definiu-me como: “Um homem livre e de bons costumes”.
Fiquei a pensar naquela definição. Havia ali qualquer coisa que não batia certo… Quanto aos bons costumes, perdoem-me a imodéstia, não me deixou, nem deixa agora, grandes dúvidas. Mas aquela história de ser livre… Seria eu realmente um Homem livre?
Levou algum tempo a digerir, mas concluí que de facto, não era um Homem livre! Nem eu nem nenhum outro que se achasse refém de dogmas, de preconceitos, de interesses pouco claros, de chantagens, de pressões emocionais, de mentiras! Defini nessa altura um objectivo: tratar de me libertar. Sonhei com a liberdade, a liberdade espiritual, aquela que se encontra na fonte que jorra amor, paz, harmonia, fraternidade... Foram necessários alguns anos, muita introspecção, muita reflexão, tomadas decisões difíceis, muita luta, avanços, recuos, para que de facto me sentisse, como agora sinto: Realmente livre!
Gozando a liberdade, procuro por um lado, ser tolerante, capaz de aceitar a diferença e de encontrar equilíbrios. Por outro, tornei-me intolerante á mentira, á calúnia, á falta de escrúpulos, e a imposições vazias de ética. Abomino a mentira. Desprezo mentirosos!
De facto, tudo na vida tem um preço a pagar. E a liberdade, tem o seu preço. Aprendi que este preço não se paga de uma vez: vai-se pagando, ao longo da vida, e por vezes nos parece demasiado elevado. Porque dói fundo… mas é relativo! Há afinal, quem pague a liberdade com a própria vida!
Também é relativo o tempo:
O tempo, não me falta… Foge-me! Porque certamente concordarão comigo que o tempo para sonhar, concretizar esses sonhos, não é o mesmo quando se tem 11, 19 ou 46 anos, assim como a noção de realidade, de liberdade, também não é a mesma em cada idade. O tempo foge-me, porque me tem sido negado tempo, para ensinar a quem cresce que o tempo passa… e poder fazê-lo, com amor, em paz, harmonia, e com tempo!
Não estou portanto a matar nenhum sonho, antes pelo contrário, alimento o sonho de indicar o caminho da liberdade! Da plenitude! Da realização! E para alimentar este sonho, nunca é tarde! Assim as forças não me faltem para derrubar as paredes que a teimosia insana persiste erguer no nosso caminho.
E disse!
Nota: A imagem que ilustra este texto foi tirada da net