domingo, 29 de abril de 2012

NEVOEIRO - Fernando Pessoa


NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece a alma que tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a hora!

Fernando Pessoa - "A mensagem"

2 comentários:

  1. Olá Jaime,

    Depois do nevoeiro podem ficar visíveis o Sol ou a Lua.

    Um abraço.

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  2. Desafio aceite!
    Comecemos pelo Sol:
    http://www.facebook.com/events/330641153672380/?context=create

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