O novo nome, “Cores da manhã” tem a ver com as agradáveis sensações que as minhas caminhadas matinais me vão incutindo! Sinto-me um verdadeiro privilegiado, ao usufruir do emaranhado de cores que a aurora proporciona, dos cheiros e chilrear dos passarinhos. È um momento em que sinto o toque do Divino, em que os meus pensamentos se cruzam entre o passado, o presente e o futuro, entre as mágoas e os sonhos. Sonhos nem todos realizáveis, mas, que não deixam de o ser…pois enquanto a nossa existência o permitir, continuarão sempre a ser isso mesmo: sonhos!
Infelizmente, abundam pela Serra da Maunça muitas árvores consumidas pelo fogo que há alguns anos atrás devastou esta serra tão bonita. Embora sem vida ali continuam presentes, enegrecidas e despidas, oferecendo um enquadramento de belo dantesco. Morreram em pé, sem hipótese de fugir do fogo que as devorou, quem sabe, lutando interiormente pela sobrevivência, defendendo a sua dignidade até à ultima gota de seiva.
Dei comigo a pensar como é efémera a nossa existência enquanto seres humanos. Quantos fogos nos consomem ao longo da nossa vida…Uns bem reais, outros supérfluos, e desprezíveis… Acho que ainda temos muito a aprender com as árvores que morrem de pé, nomeadamente distinguir um brasido de um fogo consumidor.
Hoje, 4 de Março, algures por aí, de certeza que nasce uma árvore. Tal qual como no passado outras nasceram, deixando a sua marca na nossa vida.
Para ti, que foste árvore e morreste de pé, obrigado pela lição de vida que deixaste:
“Celebrem a vida”!
Pois então!
Até sempre.
Ainda sinto o sopro do ser maravilhoso que és algures noutra forma, connosco.
ResponderEliminarObrigada Jaime por estarmos juntos na lembrança de alguem tão especial!
Catarina
Até sempre, Padrinho. A tua história há-de ser contada.
ResponderEliminarlindo...lindo de mais para ser comentado com igual poesia. linda a amizade de todos vocês. Muito obrigada por nunca esquecerem e por nos aconchegarem o coração com palavras tão lindas e tão verdadeiras. Concordo com todas as palvras aqui ditas, mas acrescento: que ELE viverá através da sua memória, vivenciada ou contada, porque nós não partimos quando partimos, mas quando a última pessoa que nos recorda parte... Se depender de mim, a Tua memória viverá muito para além de todos nós. Até sempre Ruizinho.
ResponderEliminarPaula F.
Olá Jaime!
ResponderEliminarBelíssima prosa, essa que esculpiste sob a metáfora das árvores que morrem de pé... E os homens que o são de verdade, morrem seguramente de pé também.
Felicito-te também pela designação de "Cores da Manhã", onde as ditas são bem mais coloridas e impregnadas de sensações múltiplas para o corpo e para o espírito.
Que bom seria podermos desfrutar sempre das múltiplas cores que cada manhão renova todos os dias; Alguns, por diversas razões, não têm manhãs para vivenciar e os dias, de tão pesados de trabalho e demais afazeres, de luz pouco mais têm do que o cinzento do crepúsculo, que pronuncia a noite, na qual os fantasmas habitam e, por vezes tomam conta dos mortais...
Apesar de tudo,é bom lembrar que as manhãs têm cores, cheiros e sons sempre deliciosamente novos; como é bom saber que as árvores morrem de pé, que é uma outra forma de manter viva a vida, como uma chama que não se apaga na memória.
Triplo abraço do
AcaBar
Gostei muito do teu texto.... dos sons, das cheiros, das cores .... a manhã em todo o seu esplendor.
ResponderEliminar.... "as àrvores morrem de pé e alguns homens também..."
Para todos nós que tivemos o privilégio de o ter como amigo, resta-nos honrar a sua memória "celebrando a vida" .
Brindemos ao Rui que continua a dar cor às nossas vidas.
Muito bem...reli o teu texto e ...sabes que mais? É um prazer ter-te na minha família.
ResponderEliminarO que senti? Vontade de te acompanhar nessas caminhadas...e deixar-me possuir pelos sentimentos que se abordarem de mim...
Obrigada cunhado por nos pores a pensar...e sim, quero morrer de pé.
Paula Testa
Permite-me dizer só mais uma coisinha...
ResponderEliminarNão conheci o Rui mas sinto-o presente em cada um de vós...
bjs para todos!
Paula Testa